
Repórter Educom: Texto: Júlia Cardoso; Foto: Arllanny Pereira; Edição de Texto: Rosildo Brito; Hermano Junior.
20 de jul. de 2025
Na manhã deste domingo, 20 de julho de 2025, a Pequena Orquestra Popular (POP) da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) realizou uma apresentação no Teatro Municipal Severino Cabral, em Campina Grande, dentro da programação oficial do Festival Internacional de Música de Campina Grande (FIMUS). A apresentação integrou a série “Músicas do Mundo” e trouxe ao público um repertório inteiramente dedicado à música popular brasileira.
Criada há três anos como um projeto de extensão universitária, a Orquestra POP é formada por estudantes da graduação e pós-graduação, professores e músicos da comunidade externa. A proposta do grupo é abrir espaço para o repertório popular dentro do ambiente orquestral, tradicionalmente voltado à música de concerto.
Tainá Macedo, integrante do naipe de vozes, destacou o caráter inovador da proposta. “O repertório é inteiramente popular e brasileiro, e isso por si só já é um grande diferencial. Desde que entrei na POP, percebo um crescimento constante”, relatou a participante ao destacar a importância da experiência. “Também temos a oportunidade de interpretar arranjos escritos por mulheres e por pessoas que estão começando a escrever”, completou. Segundo ela, a expectativa é que o projeto continue e que mais pessoas possam vivenciar essa experiência, já que é uma orquestra aberta e pedagógica.
A violinista e rabequeira Ana Rosa ressaltou a formação diversa da orquestra, ao declarar que a POP surgiu com o objetivo de criar um espaço para a música popular na universidade, com uma formação que inclui vários naipes, especialmente as cordas friccionadas, que nem sempre têm oportunidade de tocar esse tipo de repertório. “É um projeto de extensão que também recebe pessoas de fora da universidade”, disse ao destacar que se trata de um processo coletivo de criação, com decisões feitas de forma dialogada. “Se eu tivesse que resumir a POP em uma palavra, seria ‘coletividade’.”

Chico Santana, coordenador da Orquestra POP, enfatizou a importância do projeto dentro da universidade: “Este é um programa importante porque envolve os jovens da UFPB que atuam nos cursos de graduação e de extensão, junto com professores e técnicos”, explicou, ao esclarecer ainda que “Eles montaram uma orquestra que trabalha com repertório popular, mostrando que também é possível abordar esse estilo dentro da linguagem orquestral.”
Sobre a participação no festival, o músico comentou que tratava-se da primeira apresentação internacional do grupo, já que o FIMUS tem uma dimensão que extrapola as fronteiras nacionais. “Assim como a Ana Rosa falou, queremos levar esse trabalho para além da Paraíba e, quem sabe, até para fora do país, apresentando a música brasileira e o trabalho de compositores e arranjadores da nossa terra. Esperamos conquistar palcos cada vez mais relevantes”, disse.
Valdemir Silva, idealizador e produtor do FIMUS, ressaltou como a presença da POP reforça a diversidade do evento: “A participação da orquestra mostra que o festival é um espaço que contempla música de concerto, música de câmara, música de tradição oral e também música popular.” Ele também destacou a proposta de realizar concertos em novos horários: “Essa é uma música alegre, pensada para proporcionar uma manhã diferente. Nosso objetivo é criar o hábito de ter concertos dominicais. Quem sabe a gente consiga realizar esse tipo de atividade pelo menos uma vez por mês, oferecendo à população uma opção de lazer acessível antes ou depois de seus compromissos familiares, religiosos ou esportivos.”
A participação da Orquestra POP no FIMUS 2025 consolida o grupo como uma iniciativa relevante no cenário musical paraibano. O projeto reafirma o papel das universidades públicas na formação artística e na democratização do acesso à cultura, ao mesmo tempo em que amplia o espaço da música popular em eventos de prestígio internacional. Ao integrar diferentes públicos e repertórios, o festival fortalece sua proposta de diversidade e inclusão, promovendo encontros significativos entre tradição, inovação e formação musical.